Em 1950 os compostos catiônicos biguanídicos (incluindo o PHMB e a clorexidina) foram descobertos na Inglaterra e reconhecidos como antissépticos tópicos e desinfetantes (ver aqui). Estes fármacos seguiram então por vias comerciais distintas, com o PHMB sendo mais utilizado na desinfecção de piscinas, lentes de contato, cicatrização de feridas e, só a partir dos anos 1990s, na descontaminação oral.

A clorexidina, ao contrário já vinha sendo testada para uso oral desde os anos 1970s, sendo comercialmente disponibilizada desde os anos 1990s como um potente antisséptico bucal para os casos de infecção crônica periodontal de difícil controle clínico (ver aqui e aqui).

Alguns estudos têm mostrado efetividade do PHMB semelhante ao da clorexidina na ação sobre cepas orais, outros nem tanto, porém ambos compartilham da vantagem microbiológica de lise celular e inexistência de resistência, se usados em dosagens adequadas, em meio líquido, ionizado e com acesso direto aos biofilmes. Os dois são ativos contra germes G(-) e G(+) e outros microorganismos.

Também compartilham da desvantagem de ser agressivos às mucosas devendo haver a diluição em doses adequadas para prover biocompatibilidade e efetividade antisséptica.

Fora do Brasil o PHMB para uso oral já é uma realidade havendo alguns produtos disponíveis há bastante tempo, como o prontoral da alemã BBraun. No Brasil ainda não havia qualquer agente disponível, mas a Sanifill já está comercializando o PHMB em solução de uso . No Brasil ainda não havia qualquer agente disponível, mas a Sanifill já está comercializando o PHMB em solução de uso oral (não está claro se a 0,35% como se cita aqui, ou a 0,07% como se diz aqui).

O Sanifill Premium, como é denominado este produto, já foi inclusive testado em comparação com o Periogard e o Noplak, ambos com 0,12%, na efetividade contra o estafilococo aureus, mas neste trabalho brasileiro de Nascimento e Col, o PHMB não foi tão eficaz quanto a clorexidina (confirme aqui).

No seu uso contra a perda de dentina em meio ácido há controvérsia sobre sua aplicabilidade clínica (aqui a favor, e aqui contra). Vale lembrar que este composto possui o fluoreto de sódio a 0,05% em sua formulação, mas esta mesma associação vantajosa também já é vista em produtos a base de clorexidina.

Rohrer e Col, em 2010, pesquisaram a eficácia do PHMB, da clorexidina a 0,2% e outros produtos contra alguns microorganismos presentes na microbiota oral. Neste trabalho o uso do PHMB, assim como da octenidina foram consideradas alternativas válidas em caso de impossibilidade do uso da clorexidina – alergias por exemplo – ainda definida como o padrão ouro na antissepsia oral (consulte aqui).

Concluindo, fica a informação sobre mais um agente antimicrobiano a disposição dos CDs e pacientes brasileiros para a realização da descontaminação oral. Apesar de não ser uma substância nova, ainda é uma incógnita a sua efetividade e vantagens clínicas sobre a já consagrada clorexidina.

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