https://www.healthtap.com/#topics/can-half-a-tooth-abscess-go-away-by-itself

Abaixo um estudo publicado no Quad oral de novembro que mostra a importância de se prover cuidados odontológicos e saúde bucal plena para a população geral, especialmente para os portadores de doenças sistêmicas ou envolvidos com drogas.

Mostra ainda a economia que pode representar a manutenção da integridade oral na redução de custos hospitalares, que podem, nestes casos, também envolver a utilização de UTI e entubação, aumentando ainda mais as despesas.

Este estudo é um alerta para os profissionais de saúde pública e privada sobre a importância do acompanhamento odontológico frequente.

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Jundt et al, no Texas em 2012 estudaram os custos hospitalares envolvidos no tratamento de infecções odontogênicas severas. Lembram que estudos prévios mostram um déficit de cuidados odontológicos regulares em até 16% da população (este realizado na Austrália).

Um tempo médio de 4,5 dias de internação foi necessário para 42 pacientes atendidos em hospital de nível terciário, envolvendo ainda 2 crianças. A idade média foi de 35,8 anos.

Observaram que o número de espaços infectados foi em média de 2,1, que o tempo de UTI foi em média de 3,1 dias, com entubação média de 2,3 dias. Foram necessários 1,2 procedimentos cirúrgicos de drenagem ou exodontias.

Em 58%, houve atendimento prévio à internação e em 83% da amostra havia comorbidade médica. No geral o custo médio dos atendimentos foi de 18 mil dólares por paciente. Em 54,7% dos pacientes a causa foi originada em terceiros molares.

Os fatores predisponentes mais encontrados se relacionavam a consumo de álcool, imunosupressão, diabetes descontrolada e condições médicas múltiplas (nestes últimos houve maior tempo de hospitalização e maior número de espaços fasciais envolvidos).

Em 1 caso houve infecção de mediastino (paciente tabagista e com problemas de abuso de drogas). Mas citam a literatura que comenta estatística de 57% dos abscessos profundos de pescoço sendo causados por infecção odontogênica (Mihos et al, 2004).

Informaram que é recomendável a internação hospitalar quando há comprometimento de vias aéreas, desequilíbrio ácido-básico e eletrolítico, quando há comorbidades, extensão de número de espaços fasciais envolvidos e cooperação difícil.

Sobre os gastos hospitalares, podem envolver: exames laboratoriais, de imagem, uso de sala cirúrgica, anestesista, uso de ambiente de emergência, enfermarias gerais e UTI, chegando a um total médio de 18 mil dólares por dia, sem incluir os honorários do cirurgião bucomaxilofacial que podem chegar a mil e quinhentos dólares por dia.

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