Recebi há alguns dias o comunicado do CRO do Mato Grosso do Sul sobre a semana de prevenção ao câncer de boca. Pensei comigo mesmo: São atitudes como essa que valorizam a profissão. Vou divulgar no Portal da Medicina Oral.
Logo após, acessando o portal de notícias de saúde do Google, um link divulgava o mesmo evento. Pensei então: Que belo trabalho de divulgação o CRO-MS está fazendo.
Mas, no dia seguinte o mesmo portal do Google mudou o link, com o mesmo assunto, para outro de maior peso jornalístico, o Portal G1 da Globo.com. Só que neste a manchete era outra e dizia “Médicos fazem campanha de prevenção ao câncer de boca em MS”. Pensei então: Preciso ajudar a esclarecer esta confusão.
Os cirurgiões dentistas em geral, devem se empenhar na identificação das lesões cancerizáveis ou cânceres de pequeno porte (ex. manchas brancas, vermelhas e feridas que permanecem por longo período de tempo na boca) e dos tumores malignos já instalados (na mucosa, nos ossos maxilares e mandíbula e nos outros tecidos da boca como músculos e glândulas salivares).
“Os casos oncológicos, independente de sua localização inicial, exigem a participação do CD em uma equipe multidisciplinar…”
Estes pacientes devem então ser referenciados ao estomatologista (ou a um cirurgião bucomaxilofacial), que junto ao patologista bucal, são, respectivamente, os CDs responsáveis pela condução clínica e anatomopatológica dos casos, até o tratamento ou acompanhamento das lesões pré-malignas. Se a conclusão diagnóstica for de câncer o paciente deverá ser encaminhado a um médico.
O médico cirurgião de cabeça e pescoço é o único responsável pela remoção dos tumores malignos bucais, que em algumas situações exigem também a retirada de nódulos linfáticos adjacentes. Certos casos também necessitarão dos oncologistas e radioterapeutas, pois podem requerer que outras rotinas, como a quimio e a radioterapia, além da pesquisa de metástases.
“não há porque a globo.com confundir as profissões em sua manchete, já que nenhum dos outros portais o fez. Seria como se chamássemos a Globo de Record, ou de Band.”
Os casos oncológicos, independente de sua localização inicial, exigem a participação do CD em uma equipe multidisciplinar, pois várias condições bucais podem interferir no tratamento (ex. restos dentários, doenças periodontais e endodônticas), assim como efeitos colaterais das condutas médicas podem se manifestar na boca, a exemplo das mucosites.
Assim as duas profissões têm o seu papel bem definido e não há porque a globo.com confundir as profissões em sua manchete, já que nenhum dos outros portais o fez, além de ter citado somente um CD na matéria.
Seria como se chamássemos a Globo de Record, ou de Band.
Lamentável.
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