Como membro da SOTIERJ recebi um email sobre curso de especialização em Medicina Intensiva (ver http://idor.org/lato-sensu/curso-de-especializacao-em-medicina-intensiva), reconhecido pela AMIB, na rede D’Or do Rio de Janeiro. Interessante ver a carga horária, tempo de duração do curso e inclusão da remuneração.
Nota-se o valor que a Medicina dá a formação em cuidados intensivos.
Mas a mesma AMIB está organizando um curso de Habilitação Oficial em Odontologia Intensiva cujos “instrutores líderes” foram qualificados em um curso de um final de semana (SIC).
Tenho sérias dúvidas se neste curso haverá tempo necessário para que um cirurgião-dentista seja habilitado para atuar em alta complexidade, quiçá em UTI (a não ser que se tenha a higiene bucal como meta única, e que não é da competência exclusiva do CD).
Isso apesar de não estar previsto em estatuto o reconhecimento de CDs pela AMIB, assim como a mesma não prevê o reconhecimento de enfermeiros e fisioterapeutas, que criaram uma entidade específica para este fim em integração da AMIB, AMB e CFM com os conselhos federais das profissões, no caso o COFEN e o COFFITO.
Que o bom senso utilizado para a organização institucional e acadêmica da Medicina Intensiva, Enfermagem Intensiva e Fisioterapia Intensiva seja aplicado para a Odontologia, pois a visão de mercado (ou sua reserva) não deve ficar acima da qualidade e responsabilidade.
Vale a pena citar que as Comissões de Odontologia Hospitalar dos CROs e a SOBEP já se manifestaram contrárias a esta modalidade “oficial” de habilitação de CDs por entidades médicas (SOBRATI e ABS também utilizam-se de expedientes semelhantes).