1) Neoplasias e Carcinoma de células escamosas em boca, cabeça e pescoço

Informações gerais

Diagnóstico inicial (exame completo em cabeça e pescoço)

• Lesões brancas (que não destacam)

• Lesões vermelhas

• Queilite actínica

• Verrucosidades

• Nódulos

• Úlceras (que não cicatrizam após 2 semanas)

E ainda;
• Perda ponderal recente
• Dor à deglutição e irradiando para o ouvido
• Rouquidão

Conduta: Encaminhamento à Cirurgia Oral, Estomatologia, Patologia Bucal.
Realização de biópsia, PAAF (punção aspirativa por agulha fina) e/ou citologia exfoliativa

2) Complicações bucais da radioterapia da cabeça e do pescoço

• Mucosite (risco secundário de candidose)

• Xerostomia
• Perda do paladar
• Cárie de radiação

• Osteorradionecrose

Fatores que aumentam o rico de osteorradionecrose

• Localização: tumores associados com a mandíbula
• Dose de radiação superior a 5.000 cGy
• Paciente com dentes e higiene bucal deficientes
• Fontes de radiação – maior com implantes do que com a fonte externa
• Próteses mal-adaptadas ou lesões por instalação de novas próteses
• Pacientes com dentes e doenças dentárias preexistentes

Recomendação de fluoreto

• Gel de fluoreto acidulado em moldeira individual (escovação com gel de fluoreto estanhoso a 0,4% é uma alternativa, se a moldeira individual não for tolerada)

• Bochechos com fluoreto acidulado

Risco de desenvolvimento de Osteorradionecrose em relação apenas à época das extrações

• Risco maior – extrações (no feixe irradiado) durante a radioterapia
• Risco elevado – extrações imediatamente antes da radioterapia
• Risco menor – 12 meses, ou mais, depois da radioterapia.

Risco de desenvolvimento de Osteorradionecrose quanto ao local irradiado

• Risco maior – irradiação na região bucofacial
• Risco moderado – irradiação na região adjacente (pescoço)
• Risco menor – irradiação em tronco e membros

3) Tratamento dentário dos pacientes submetidos à radioterapia

a) Avaliação antes do tratamento (todos os pacientes)

• Radiografia de toda boca ou radiografia panorâmica
• Radiografia bitewings
• Exame clínico

b) Esquema de prevenção (todos os pacientes)
• Profilaxia, raspagem e polimento radicular.
• Instruções de higiene bucal
• Dieta pobre de sacarose
• Prescrever bochechos de fluoreto acidulado (solução neutra, em caso de irritação da mucosa).
• Confeccionar moldeiras individuais para o tratamento caseiro com fluoreto
• Prescrever gel de fluoreto acidulado para uso diário nas moleiras (gel neutro, em caso de irritação da mucosa).
• Eliminar as cáries ativas
• Reparar ou eliminar todas as fontes potenciais de irritação e/ou cúspides agudas, cúspides fraturadas, grampos quebrados, prótese mal-adaptada, ou bandas ortodônticas.
• Exame e profilaxia freqüentes (a cada seis a oito semanas) com restauração da cárie incipientes
• Manter o esquema por pelo menos 12 meses após a radioterapia, ou mais, se a xerostomia continuar.

c) Estratégia das extrações (todos os pacientes)
• Eliminar os dentes infectados seriamente, apresentando periapicopatias, infecção periodontal grave, dentes que não podem ser restaurados e dentes com cáries profundas.
• Conservar os dentes com risco marginal de infecção (i. e., dentes com restaurações profundas, ou doenças periodontal entre leve a moderada); se as extrações forem necessárias, adiá-las o mais possível para depois do término da radioterapia.
• Conservar e restaurar o maior número possível de dentes, especialmente no campo da radiação.
• Adiar os tratamentos eletivos com risco associado de resultados iatrogênico (i. e., preparo de coroas com risco de comprometimento pulpar ou inserção de prótese removível com risco de lesão dos tecidos moles).

d) Esquema contra a xerostomia (todos os pacientes)
• Estimulação salivar com pastilhas de limão sem açúcar
• Aplicação de glicerina com limão
• Substituição salivar com saliva artificial ou umidificadores da boca (por ex. oral balance, xero-lube, oralube, salivart).
• Se necessário, 5 mg de HCL pilocarpina.

e) Esquema para a mucosite
GERAL
• Orabase e benzocaína
• Xilocaína viscosa, suspensão a 2%.
• Analgésicos sistêmicos, se necessário
LOCALIZADO
• Orabase e benzocaína
• Solução de benzocaína (por ex., Hurricaine).
• Orabase, pura.
• Analgésicos sistêmicos, se necessário.

f) Esquema antifúngico (se necessário)
• Suspensão de nistatina (Mycostatin), 100.000 unidades/ml, em frasco de 60 ml (400.000-600.000 unidades); bochechar e deglutir metade por cada lado da boca, quatro vezes ao dia.
• Comprimidos de clotrimazol (10 mg), cinco vezes ao dia.
• Em caso de Candida sob a prótese ou nos ângulos da boca, usar creme nistatina (100.000 unidades/g) em tubos de 15 ou 30g; passar na área afetada três vezes ao dia.

• Para crianças ou aqueles com mucosite simultânea, usar:
Suspensão de nistatina, 1/2-3/4 de colher de sopa para cada bandeja de cubos de gelo, congelar e usar como picolé ou pedras de gelo.

4) Pacientes fazendo tratamento quimioterápicos
• Avaliação de imunossupreção, mielossupressão granulocitopenia e trombocitopenia
• Controle de infecções orais (e.g. candidiase) e hemorragias gengivais
• Controle de mucosites (ver texto acima e uso do LASER terapêutico)
• Controle de dores neuropáticas por toxicidade direta (vincristina, vimblastina e cisplatina)

OBS: ESQUEMAS ESPECIAIS

SÍNDROME QUEIXO DORMENTE – POSSIBILIDADE DE DISSEMINAÇÃO.
DOR FACIAL ATIPICA – AVALIAR INVASÃO PERINEURAL, CARCINOMA EM ORO, HIPO E NASOFARINGE E CARCINOMA PULMONAR.
OSTEONECROSE EM MANDÍBULA – CONTROLE CLÍNICO E RADIOGRÁFICO EM PACIENTES USANDO BIFOSFONATOS.

Referencias consultadas:
_Sonis: Medicina Oral
_Neville: Atlas de Patologia Oral
_http://www.inca.gov.br
_http://www.nutechsr.com.br