Este tópico sempre provoca longas e acaloradas discussões. Não é incomum a vinda do paciente com o encaminhamento do Cardiologista e a observação sobre a necessidade de abstenção do uso de anestésicos associado à agentes vasoconstrictores. Até que ponto justifica-se este protocolo? Quais patologias cardiológicas realmente serão acentuadas com a anestesia odontológica com vasopressores? Há realmente uma dosagem máxima para pacientes hipertensos? A concentração da adrenalina deve ser ajustada conforme o caso? O stress de um tratamento clínico não libera mais adrenalina que a própria substância aplicada?
Estas dúvidas, e algumas outras, que constantemente incomodam o dentista clínico no planejamento anestésico dos casos são objeto de discussão da comunidade Odontologia Hospitalar no mes de junho. Nela são apresentados alguns casos pessoais dos debatedores e eu enviei uma pequena revisão de literatura com 4 artigos que podem trazer alguma luz sobre este assunto tão polêmico.
http://www.scielo.br/pdf/abc/v88n5/en_a08v88n5.pdf Foi comparado um grupo de pacientes recebendo anestesia com lidocaína e adrenalina com outro grupo sem adrenalina. O acompanhamento de 24 hs não demonstrou alterações na pressão arterial, arritmias, isquemias nem na freqüência cardíaca. http://www.scielo.br/pdf/abc/v88n5/en_a02v88n5.pdf Foi avaliada a presença de isquemia do miocárdio durante e após o tratamento odontológico com injeção anestésica acompanhada ou não de vasoconstrictor. Os pacientes foram monitorados por 24 horas e não foram encontrados eventos isquêmicos com o uso da adrenalina 1:100.000 em exodontias.
http://www.pubmedcentral.nih.gov/picrender.fcgi?artid=1614214&blobtype=pdf O interessante texto, escrito por um Dentista, apresenta uma revisão sobre fundamentos da interpretação do ECG. É recomendação da ADA que seja feito este acompanhamento em casos de pacientes com comprometimento cardiovascular submetidos à anestesia geral. http://journals.mui.ac.ir/drj/article/viewFile/1587/632 Neste artigo é avaliado o efeito hemodinâmico em pacientes ASA I, após bloqueio alveolar inferior com o uso de 1 tubete contendo lidocaina a 2% e adrenalina a 1:80.000. Aguardo os comentários para aprofundar as discussões.