Publicado em 30/12/2010 no site do CRORJ

Com o objetivo de discutir as questões envolvidas no tratamento odontológico de pessoas com perda óssea, o CRO-RJ organizou o I Fórum de Osteoporose para a Odontologia.

A escolha do tema se deveu à intensa discussão atual sobre as consequências da osteoporose e de seu tratamento na prática odontológica. O assunto tem sido tema de diversos trabalhos publicados no âmbito médico e odontológico.

“O aumento da média de idade, o maior acesso a tratamentos médicos destinados à osteoporose e, consequentemente, o acesso de pacientes com comprometimentos sistêmicos buscando tratamento odontológico, fazem com que a osteoporose passe a fazer parte das preocupações do cirurgião-dentista, assim como tantas outras situações sistêicas que ainda não são satisfatoriamente observadas pela classe odontológica. Existem comprovações na literatura registrando a interferência de comprometimentos sistemicos no tratamento”, avaliou o professor Pylyp Nakonechnyj, um dos participantes do evento.

Na visão do professor Abel Cardoso, moderador dos debates , o Fórum representou uma oportunidade para os cirurgiões-dentistas aprofundarem seus conhecimentos sobre o assunto. “Certamente, estarão mais bem preparados para lidar com os casos que vierem a confrontar, bem como a servir como agentes multiplicadores ajudando outros colegas que ainda não tenham se inteirado destas questões”, apontou.

“Buscamos abrir um espaço para a discussão das repercussões da osteoporose na prática da odontologia, envolvendo diretamente algumas das suas especialidades, como endodontia, periodontia e implantodontia. Além disso, apresentamos aos participantes uma nova alternativas de medicação a ser usada nos pacientes com osteoporose, com menor risco de ocorrência de osteonecrose dos maxilares”, apontou o presidente do CRO-RJ, Afonso Fernandes Rocha.

Osteoporose começa a preocupar a odontologia

Na avaliação do professor Abel Cardoso, a qualidade e a quantidade de massa óssea nos pacientes sempre interessaram principalmente os periodontistas e implantodontistas. Para ele, o índice dos pacientes acometidos pela osteoporose vêm aumentando, graças a maior sobrevida alcançada, o que proporciona uma gama maior de pacientes atendidos pelos CD’s nesta fase da vida e que utilizam algum medicamento para tratar da moléstia.

“Estes pacientes têm necessidades específicas e seu tratamento tem de ser individualizado, considerando sempre sua situação sistêmica. Alguns dos medicamentos usados têm sido associados a efeitos colaterais indesejáveis, principalmente na boca, mas recentemente também com problemas descritos em outros sítios”, alertou.

Participação internacional

O professor e chefe da Divisão de Doenças Ósseas, Departamento de Reabilitação e Geriatria, Hospital Universitário de Genebra (Suíça), Patrick Ammann, falou sobre os “Mais Recentes Resultados sobre Qualidade Óssea”, apresentando estudos sobre as qualidades intrínsecas do osso e sobre estudos de incorporação de implantes.

Outra apresentação, “Ranelato de Estrôncio: Apresentação e Conceituação”, foi feita pela diretora do Departamento de Reumatologia e Metabolismo Ósseo do Instituto Internacional de Pesquisa Servier, Patricia Chatelain-Belissa. Ela falou sobre um medicamento apresentando o composto que tem indicação no tratamento da osteoporose, discutindo seus efeitos sobre o osso bem como revendo sua eficácia e segurança.